Remediação de áreas contaminadas

Remediação de áreas contaminadas

Terreno contaminado
Confira três dos 11 trabalhos apresentados na 12ª Conferência Internacional sobre Remediação de Compostos Clorados e Recalcitrantes, organizado pelo Battelle Memorial Institute, abordando o tema "Remediação de Áreas Contaminadas".

PROJETO DE ENGENHARIA E REMOÇÃO DE SOLO IMPACTADO POR TPH EM PLANTA INDUSTRIAL EM DESATIVAÇÃO 

Talita Noccetti, Ariani Faria.

Contexto do projeto: 

 A EBP Brasil apresentou um projeto para a remoção de contaminantes do solo em uma área industrial em processo de desativação. O projeto foi elaborado após um trabalho de investigações ambientais na área, o que possibilitou a identificação de uma grande quantidade de óleos parafínicos e de corte hidráulico em uma concentração acima dos padrões estabelecidos pela agência ambiental local.

 Contando com mais de 39 anos de experiência no mercado, a EBP Brasil iniciou um plano de intervenção que teve como objetivo o descomissionamento de uma parcela da área afetada, em conjunto com uma estratégia para a remoção menos invasiva para as áreas dentro de um armazém que não poderia ser desativado. 

 Assim, após a análise dos dados coletados durante a investigação ambiental e a determinação do contaminante, foi possível a retirada de aproximadamente 400kg de óleo móvel e produto em fase livre, sendo esse extremamente nocivo para o meio ambiente, pois representa uma fonte de contaminação para águas subterrâneas. 

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Execução: 

O projeto foi dividido em fases que foram aplicadas em duas etapas de trabalho, cada uma delas utilizando diferentes técnicas de escavação. 
A primeira etapa (fases 1 e 2) foi executada utilizando o tipo de escavação convencional, com o descomissionamento parcial de estruturas. 

Já a fase 3 (área 3), foi realizada em uma área ocupada e sem plano para descomissionamento da estrutura do edifício, sendo adotada a perfuração de grande diâmetro para a remoção da massa de contaminantes, de forma que os furos foram preenchidos posteriormente com argamassa de cimento. 

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Resultados: 

Com os dados obtidos, foram identificadas diferenças significativas entre as tecnologias aplicadas, principalmente em questões de custos e estruturas de apoio para a atuação de cada uma delas. Ainda que os custos de perfuração para grandes diâmetros sejam maiores em termos de R$/m³, os custos para a escavação como um todo são semelhantes. 

Os principais ganhos da tecnologia de grande diâmetro foram a menor necessidade de sistemas de apoio (principalmente bombeamento e tratamento de água de escavação). A perfuração de grande diâmetro tem um custo de recomposição mais alto por usar um material mais nobre do que solo/areia (a argamassa de cimento). 

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Sendo assim, torna-se fundamental definir a técnica e tecnologia adequada para cada cenário buscando a obtenção de resultados no projeto de remoção, sendo possível entender qual método mais adequado para cada caso específico, atendendo aos requisitos externos de manutenção de estruturas e agregando valor no contexto ambiental. 

Após a remoção do contaminante, as áreas foram reconstruídas, e o monitoramento ambiental constatou melhoras significativas não só na área de remoção, como também nas áreas adjacentes. 


MITIGAÇÃO DE RISCOS DE INTRUSÃO DE VAPOR EM EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS USANDO POÇOS INCLINADOS DE EXTRAÇÃO DE VAPOR E POÇOS INCLINADOS DE MONITORAMENTO DE VAPOR DO SOLO

Lina Araki, Andreia Yoshinari, Rafael Franklin e Luis Adensohn.

Contexto: 

Com o objetivo de minimizar os riscos provenientes da presença de metano e compostos orgânicos voláteis (VOC) em um condomínio residencial construído sobre um aterro industrial, localizado em São Paulo, Brasil, a EBP Brasil implantou um sistema de extração de vapor ao redor dos edifícios críticos. 

Mesmo com os poços de contrapiso no interior dos edifícios indicando cenário favorável, o órgão ambiental exigiu estudos complementares para comprovar a eficácia das medidas adotadas. 

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Desta forma, foi decidido avaliar as condições da zona não saturada com a instalação de 16 poços inclinados de monitoramento de vapores (PMGI) sob os edifícios críticos, a fim de evitar a realocação dos moradores e a entrada no interior de seus apartamentos. Para a construção desses poços, as sondagens foram realizadas com Hollow Stem Auger, e instalados com poços pré-montados.

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Como esses PMGIs apresentaram concentrações de metano e de VOC, caracterizando um potencial risco a esses moradores, foi definido um plano de ações imediatas junto com o órgão ambiental para mitigar esse potencial risco. 

Assim, foram instalados 13 poços de extração de vapores inclinados (PEI) sob os edifícios críticos. Os critérios para a construção desses poços foram:

  • Os PEIs atingissem as maiores distâncias sob os apartamentos; 
  • Os PEIs fossem instalados o mais próximo da superfície, ou seja, com o menor ângulo entre a superfície e o furo; 
  • Evitar danificar qualquer estrutura (subterrânea ou superficial) do edifício.

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CONCLUSÃO:

Os resultados preliminares indicaram que os PEIs foram eficientes em reduzir as concentrações de metano e VOC sob os edifícios críticos. Entretanto, algumas semanas após o start up, a extração de metano foi se tornando menos eficiente, pois o vácuo facilitou a entrada de a água do aquífero suspenso e afogasse os PEIs. 

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Para solucionar esse problema foi instalado um sistema de drenagem contínua no interior dos poços de extração. Tal ação auxiliou na recuperação do vácuo sob os edifícios, reduzindo as concentrações, conforme indicados pelos resultados analíticos e pelas leituras em alta resolução de pressão relativa dos PMGIs (pré start-up, pós start-up/pré-drenagens e pós-drenagens).

Com essa abordagem, foi possível avaliar as condições da zona não saturada sob os edifícios, mitigar os potenciais riscos e atender às exigências do órgão ambiental sem entrar nos apartamentos e realocar os moradores. 

 


SISTEMA INTEGRADO DE REMEDIAÇÃO EM BAIRRO RESIDENCIAL: ERH E SVE EM ANTIGA LAVANDERIA INDUSTRIAL

Bruna Agostinho, Carlos Calderon e Daniel Danezi.

Contexto do Projeto 

Após investigações ambientais conduzidas pela EBP Brasil em uma antiga indústria localizada em um bairro residencial no Brasil, foi possível detectar impactos no solo e águas subterrâneas por compostos organoclorados, em especial o composto percloroetileno (PCE). Esta contaminação foi associada a uma antiga lavanderia industrial, que esteve em operação no local entre 1970 e 2011. 

Com esse entendimento, foi escolhida a abordagem de remediação termal, identificada como a solução mais eficiente para o tratamento dos centros de massa, incluindo a área próxima às residências. 

Assim, foi instalada uma solução integrada de remediação composta por um sistema de Aquecimento por Resistividade do Solo (ERH) para remover a massa de contaminantes, e um sistema de Extração de Vapores do Solo (SVE), que funciona como uma barreira, com o objetivo de proteger as residências dos vapores gerados pelo processo de aquecimento.

Abordagem 

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• Local em bairro residencial. 
• Contato com a administração municipal para minimizar transtornos aos moradores. 
• 1160 m² de área de tratamento, 2 Etapas de Operação, 70 eletrodos e 70 poços de extração no total. 
• Tubulações subterrâneas na área externa para evitar impactos no tráfego de veículos e circulação de pedestres durante a operação do sistema. 
• Sistema SVE instalado em linha, na rua em frente ao site, a jusante da área de aquecimento. 
• Unidade de tratamento de gases com oxidador catalítico e lavador de gases para minimizar impactos ambientais e otimizar custos:

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Resultados:

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Visando a garantia da segurança dos moradores locais, o start-up do sistema SVE ocorreu 3 meses antes do início da operação do sistema ERH. Ao longo de um período de operação de 2 anos, a 1ª e 2ª etapas removeram juntas aproximadamente 2,3 toneladas de COCs (99% - PCE), com uma taxa máxima de remoção de massa de 21 kg/dia. 

 

 

 

Na 1ª etapa foi possível observar uma redução média de 98% nas concentrações de COCs nas águas subterrâneas, com apenas 75% do consumo de energia estimado. Os desafios enfrentados durante a operação de aquecimento incluíram o ressecamento significativo do solo, o que dificultava o fornecimento de energia e aumentava o consumo de água do sistema de gotejamento, mobilização de fase livre e vazamento de vapor para o ambiente. 

 

 

 

Além disso, houve certa dificuldade em aquecer em profundidades próximas à superfície, devido à perda de calor para o ambiente e às litologias de maior permeabilidade. Levando em consideração o sistema de tratamento, houve uma economia de 38 toneladas de carvão ativado, e o principal desafio estava associado à corrosão das linhas e equipamentos a jusante do oxidador catalítico, causada pela condensação do ácido clorídrico.

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