Os benefícios da análise de risco industrial

A análise de risco industrial tem sido aprimorada ao longo dos tempos. De acordo com Vinicius Ambrogi, Gestor Técnico da Geoklock, empresa de consultoria e engenharia ambiental, que pertence ao grupo suíço EBP, já existem programas que, a partir de imagens georreferenciadas e outras informações, permitem medir zonas de impacto em eventos críticos com melhor definição aos riscos reais, individual e coletivo. Esse tipo de exigência em Estados como São Paulo já ocorre há vários anos, mas há ainda muitas instalações, novas ou antigas, que necessitam desse tipo de avaliação.

“É importante dizer que estamos falando de um trabalho de curto prazo e baixo investimento, que pode, além de permitir a adoção de medidas preventivas, garantir por parte das empresas melhora na imagem institucional a partir da proatividade pela prevenção, podendo mesmo reduzir custos, na medida em que pode ocorrer algum tipo de redução, por exemplo, de preços em apólices de seguro e dos custos que podem ser gerados em caso de um acidente”, destaca Ambrogi.

Segundo ele, o próprio crescimento das cidades vai impondo a exigência da análise de risco industrial, na medida em que o zoneamento, que antes permitia pouco adensamento, hoje possibilita a proximidade de moradias e pessoas no entorno de plantas indústrias. “Essas integrações nem sempre se dão seguindo-se o receituário de cuidados determinado pelas autoridades, por isso a contratação de um trabalho especializado nesta avaliação é necessária para medir os riscos existentes em decorrência das alterações do uso e ocupação do solo”.

Ele lembra que hoje essas análises contam com ferramentas mais avançadas, com softwares de última geração, que trabalham com maior precisão de dados e imagens georreferenciadas. Por isso o potencial de dano em caso de um acidente é bem mais precisamente previsto e calculado. “Analisamos sempre a combinação da frequência e do dano potencial. Se a frequência de um evento é alta e o seu dano também, por exemplo, é necessário adotar uma série de medidas para baixar esses riscos, seja em sua frequência, seja na magnitude do dano. Uma coleta de dados precisa é que permitirá se chegar a esses resultados, gerando adicionalmente um conjunto de medidas classificadas para atenuar a frequência ou o dano”.

Em São Paulo, diz ele, a gestão é muito boa, mas ainda é possível avançar no planejamento urbano de crescimento das cidades de forma integrada às análises de risco. Há formas de se identificar e avaliar os riscos ao solo e águas superficial e subterrânea, além do indicador existente relativo a vida humana. “Na Suíça, por exemplo, existe a possibilidade de se avaliar os riscos com base em perdas financeiras, contaminação de solo e água, além de outros. As empresas que adotam esses modelos identificam de forma antecipada outras variáveis que podem surgir no caso de um acidente e que, aqui para nós nem sempre são previamente identificadas, o que poderia gerar menores riscos às suas imagens institucionais e agregaria valor aos seus negócios”, explica Vinícius Ambrogi.

Segundo ele, trata-se de uma relação custo-benefício, já que os projetos de prevenção podem ser avaliados em termos dos seus investimentos pela redução dos diversos riscos associados. Nesse sentido, diante dos diagnósticos, o investimento acaba se pagando e compensando.

Empresas que gerenciam riscos em suas instalações, como as que manipulam combustíveis, produtos tóxicos e inflamáveis devem, conforme informado pelo Ambrogi, sempre que indicado, analisar os seus riscos. “Estamos falando desde grandes operações, como indústrias petroquímicas, até uma empresa que tenha em seu pátio tanques de combustível como GLP ou diesel. Trata-se de uma questão estratégica e não apenas de segurança. Com isso se evita ainda interrupções produtivas, queda do valor de ações das empresas e problemas jurídicos de grande monta no futuro”.

Fonte: Ecommerce News