Certificações ambientais ganham relevância e se tornam investimentos obrigatórios para todo o real estate

Certificações ambientais ganham relevância e se tornam investimentos obrigatórios para todo o real estate

certificações ambientais
Antes exclusividade de empreendimentos corporativos de alto padrão, os selos que atestam a sustentabilidade dos green buildings já são caminho consolidado para o mercado

O Brasil tem, atualmente, 650 empreendimentos imobiliários com certificação ambiental LEED, e 1.560 em processo de certificação. São números expressivos, especialmente se considerarmos que a quantidade de edifícios, casas e condomínios certificados cresceu 45% no ano passado e, em 2020, mesmo com a pandemia, a quantidade de empreendimentos registrados já supera a do ano anterior, segundo dados fornecidos pelo Green Building Council Brasil. 

Os selos ambientais atestam que um empreendimento imobiliário está alinhado a uma série de preceitos de sustentabilidade, como eficiência energética, geração de fontes de energia renováveis, uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental, redução, tratamento e reúso de resíduos, entre outros requisitos. A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), por exemplo, só é conquistada por edifícios e comunidades bem avaliados em categorias como terrenos sustentáveis, qualidade do ambiente interno, eficiência hídrica e prioridade regional. Os selos são concedidos após rigorosas auditorias e, embora seja possível atualizar um edifício pronto e em uso, em um processo de retrofit, muitos dos empreendimentos que recebem as certificações são pensados desde o projeto como green buildings, tendo o bem estar do usuário atrelado à minimização de impactos ambientais como prioridade.

Tais critérios podem, a princípio, parecer exclusividade de um nicho muito específico do mercado de real estate, o de condomínios empresariais de alto padrão, como escritórios corporativos situados nos eixos das avenidas Faria Lima e JK, em São Paulo. No entanto, há alguns anos as certificações ambientais já se disseminaram para além dos produtos AAA e se tornaram um caminho sem volta para todo o mercado imobiliário.

Para se ter uma ideia, dos 180 países em que a certificação LEED está presente, o Brasil já é o quinto em número de projetos. Este selo tem crescido em relevância e se pulverizado com rapidez, prova disso é que das 31 cidades com empreendimentos certificados em 2020, apenas 12 são capitais.

Nos empreendimentos residenciais, as certificações ambientais também ganharam maior importância. A pandemia motivou um olhar mais atento para a saúde e qualidade de vida que um imóvel pode proporcionar, e a GBC Casa e Condomínio, um dos selos para residências, já está presente em 90 empreendimentos espalhados, principalmente, pelos estados de São Paulo e Paraná. 

Se de um lado o contexto atípico de 2020 tem feito o consumidor valorizar ainda mais o bem estar que um apartamento, casa ou escritório podem proporcionar, de outro, o cenário internacional também contribui para fortalecer os green buildings e as respectivas certificações. Com investidores cada vez mais voltados para os pilares ESG, a inserção da sustentabilidade nos projetos, com reúso de água, geração de energia limpa e economia de recursos naturais, se torna requisito para todo e qualquer empreendimento de relevância. As certificações ambientais, neste cenário, já representam um investimento obrigatório para as incorporadoras, pois atestam o compromisso das marcas com as demandas globais. 

Viabilidade para o mercado

Vez ou outra surgem questionamentos sobre a importância dos selos e dos critérios de green building sob o argumento de que tecnologias de baixo impacto ambiental elevam, ainda que pouco, o custo dos projetos. Os benefícios dessa escolha de negócios, porém, devem ser avaliados a longo prazo, analisando a relação entre custo e reduções. A diminuição no consumo de recursos como água e energia elétrica pode representar um custo maior no momento do lançamento do empreendimento mas, com o passar do tempo de uso, fica evidente que além dos benefícios para o meio ambiente há uma significativa queda no valor das contas de água e energia.  

É preciso frisar que um projeto elaborado e concebido como green Building, dentro dos parâmetros das certificações desejadas, é muito mais simples e econômico do que investir em um retrofit para adequar o empreendimento às boas práticas ambientais daqui a alguns anos, quando a questão ganhar ainda mais relevância ou até se tornar obrigatória.

Atender às expectativas de consumidores cada vez mais preocupados com impactos ambientais é essencial para solidez das marcas e dos grandes players do mercado imobiliário. Não ter uma pegada sustentável incorporada ao DNA da empresa a coloca em defasagem em relação às demais. Essa desvantagem competitiva se tornará cada vez maior e mais evidente nos próximos anos, podendo custar a saúde financeira de corporações. 

Portanto, se o green building e as certificações ambientais ainda são postos em dúvida no momento de elaboração de novos projetos imobiliários, cabe ao mercado reagir. Não com medo e desconfiança das tendências, mas com informação e conhecimento técnico sobre a viabilidade, a relevância e os benefícios a curto, médio e longo prazo de investir em sustentabilidade e em selos que atestem isso. Ser sustentável não é mais uma questão de diferenciação de mercado mas uma necessidade.

Caso tenha interesse em saber mais sobre o assunto ou queira compreender quais são os passos para obter uma certificação, entre em contato pelo nosso formulário, teremos o maior prazer em agendar uma reunião e sanar suas dúvidas. [link formulário de contato]


 

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